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sábado, 20 de fevereiro de 2010
Lula vai pedir a André que apoie Dilma, diz Nelsinho
Alessandra de Souza
“Não há divergências (...) Tudo será definido na convenção (...) O noivo está de cravo branco na lapela. Tudo depende da próxima convenção”, disse com a voz embargada para chorar ao fim da declaração.
Valdelice Bonifácio
O prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad (PMDB) disse ter ouvido do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva durante evento em Três Lagoas ontem que ele tentará convencer o governador André Puccinelli (PMDB) a apoiar o projeto petista de eleger a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff a sua sucessão.
“Tratamos de política. Ele [Lula] teceu vários comentários. O presidente quer que o André fique com ele e vai chamá-lo para uma conversa sobre tal possibilidade”, disse o prefeito ao deixar seu gabinete na prefeitura no início desta tarde.
André sempre demonstrou estima pela ministra da Casa Civil, mas há um empecilho para apoia-la: a candidatura de seu antigo adversário Zeca do PT a governador. André nunca admitiu a possibilidade de dois palanques para a ministra no Estado. Seria o dele ou de Zeca. Nos dois, Dilma não estaria.
Nelsinho disse que Lula não mencionou a possibilidade de pedir para Zeca desistir da candidatura. “Não sei como ele fará para conciliar. Isso só ele poderia responder”, afirma. “Talvez, ele deixe os dois palanques e tente convencer o André a aceitar assim mesmo”, opina.
A atitude de Lula nos bastidores do evento é diferente daquela demonstrada na entrevista coletiva à imprensa, na qual o presidente fugiu do tema política e, mais, disse que não acreditava em dois palanques de partidos aliados onde quer que fosse.
“Se em algum estado não tiver possibilidade de construir aliança política o que vai acontecer é que o presidente da República não participa da campanha naquele estado, por que não acredito muito na história de dois palanques, não é possível que uma pessoa possa vir a um estado e fazer um palanque aqui e outro ali”, declarou.
Nacionalmente, PT e PMDB caminham para fechar aliança, mas em Mato Grosso do Sul sempre rivalizaram.
Na solenidade de inauguração do complexo industrial da Fibria/International Paper, o presidente, aliás, caminhou praticamente lado a lado com André e Zeca do PT. Apesar de saber da rivalidade, Lula soube conduzir a situação a um clima de cordialidade.
André chegou a mencionar “o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos” em seu discurso como forma de reconhecimento pela instalação da indústria no Estado. Quando usou da palavra, Lula se referiu aos dois.
O evento foi marcado ainda pelo choro do governador que na presença de Lula demonstrou não querer ser um adversário nas eleições de outubro.
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