domingo, 14 de abril de 2013

Desamparados por Puccinelli, prefeitos do PSDB buscam apoio de Delcídio
  Lidiane Kober 


Sentindo-se desamparada pelo governador André Puccinelli (PSDB), a cúpula tucana promoveu, nesta semana, encontro dos 12 prefeitos do PSDB com o senador Delcídio do Amaral (PT). O plano é aproveitar o bom trânsito do petista em Brasília para conseguir verbas federais aos municípios, administrados pelo partido.
“O André vem demonstrando indisposição com o fortalecimento do PSDB e os prefeitos estão ficando desamparados”, disse o vice-presidente regional da legenda, deputado Márcio Monteiro (PSDB). “Então, a gente busca amparo onde vai ter”, completou sobre a decisão de acionar Delcídio.
Segundo ele, a conversa do petista com os prefeitos foi no sentido de “abrir as portas em Brasília”. “Temos o nosso deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), mas, pelo fato de ele ser de oposição, algumas coisas são mais difíceis de conseguir e, como o senador tem um bom relacionamento em Brasília, resolvemos procurá-lo”, explicou Monteiro.
A parceria de PT com PSDB no Estado começou nas eleições municipais de 2012 e se estreitou na disputa pelo comando da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul). Na ocasião, os petistas ajudaram a eleger o prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo (PSDB), em confronto com o prefeito de Costa Rica, Waldeli Rosa (PR), apoiado pelo grupo de Puccinelli.
Por outro lado, a relação dos tucanos com o governador a cada dia se desgasta mais. “Ele não chamou nenhum deputado do PSDB para participar das audiências com os prefeitos do partido e isso demonstra indisposição”, comentou Monteiro.
Desde o início do ano, Puccinelli vem recebendo todos os prefeitos para conversar na governadoria. Costumeiramente, os deputados que ajudaram a eleger os gestores municipais eram convidados a participar das audiências. Este ano, no entanto, o governador mandou os prefeitos virem sem os parlamentares. O veto ocorreu com a bancada tucana e com alguns deputados do PTdoB e do DEM, todos da base aliada.
Giuliano Lopes/AL

Para Monteiro, Puccinelli vem demonstrando indisposição com o PSDB

Questionado se a conversa com Delcídio aumentaria as chances de aliança de PT com PSDB em 2014, Monteiro, apesar de elogiar o senador, respondeu com cautela. “A relação com o Delcídio é mais carinhosa por causa dos atos dele, mas vamos construir nosso projeto com muito diálogo e ouviremos todos os partidos”, afirmou

 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Dilma diz a Delcídio que Puccinelli tem lhe assediado para fechar aliança em MS
  (Wendell Reis e Cleber Gellio) 





Delcídio afirma que Dilma apoiará a candidatura dele para o Governo do Estado


O senador Delcídio Amaral (PT) se reuniu com a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), em Brasília. No encontro, que durou uma hora e trinta minutos, o senador e a presidente falaram sobre vários assuntos, incluindo a eleição em 2014, onde Dilma disputará a reeleição e Delcídio tentará ocupar o posto de governador de Mato Grosso do Sul.
O senador contou que a reunião foi muito produtiva e a presidente revelou que tem sido muito assediada pelo governador André Puccinelli (PMDB), que já fez várias propostas para unir o PT e o PMDB em Mato Grosso do Sul na próxima eleição.
Segundo Delcídio, a presidente ainda não definiu o que fazer e anunciou que está conversando para avaliar bem o que é melhor. “Ela vai ter uma postura muito discreta e equilibrada para não errar. A conversa foi bem enfática. Mas, não posso adiantar nada”, explicou o senador.
Embora Delcídio prefira manter o mistério em relação à posição de Dilma, o Midiamax apurou que a presidente ainda tem dúvidas quanto a fidelidade do governador André Puccinelli. A desconfiança ainda é reflexo da eleição de 2010, quando Puccinelli apoiou José Serra (PSDB). Na ocasião, o governador justificou que Zeca do PT impossibilitou a aliança, mas não convenceu a presidente.
Esta foi a terceira vez que o senador falou com Dilma neste ano. As duas primeiras conversas aconteceram por telefone, em janeiro e fevereiro. O senador revelou que não há dúvidas quanto ao apoio da presidente, que na avaliação dele, virá a Mato Grosso do Sul pedir votos para ele em 2014. “Não tenho dúvida nenhuma. Até pela relação próxima que nós temos”, comentou.
O senador Delcídio Amaral ponderou que ainda é cedo para falar em eleição de 2014. Ele diz que está se poupando e optando por agendas mais administrativas. O senador criticou a postura do governador André Puccinelli, que um dia diz que ele é o favorito e no outro fala que não é tão forte. “Ainda tem muita coisa pelo caminho. Mas, é preciso evitar declarações contraditórias. Tem que ter o mínimo de coerência”, concluiu.
Puccinelli já declarou que vai se reunir com a presidente Dilma Rousseff para discutir aliança para 2014. Ele contou que no último encontro voltou a dizer a Dilma que pretende lhe apoiar em 2014. “Brinquei que agora ela estava tal qual noiva. Queria saber se ela estava com cravo branco na lapela lá no altar da igreja. Eu disse que estava batendo na porta e a porta da igreja estava fechada e eu queria entrar”.
A aliança entre o PMDB e o PT é esperada por filiados dos dois partidos. Porém, a união das siglas que por muito anos foram rivais em Mato Grosso do Sul têm como empecilho lideranças que não aceitam a aliança. Nelsinho Trad (PMDB) é um dos que resiste a chapa. Interessado em disputar o governo, ele diz que os eleitores não aceitariam uma aliança entre as siglas. O pensamento de Nelsinho é compartilhado por muita gente que discorda da união, considerada suicídio para a candidatura dos dois partidos. Há quem avalie que a dobradinha pode entregar o Governo do Estado de bandeja para Reinaldo Azambuja (PSDB).