quarta-feira, 19 de maio de 2010

Após polêmica, professora cega deve tomar posse na Capital


MIDIAMAXNEWS
Jacqueline Lopes

Depois de ter sido barrada pela equipe multidisciplinar da Prefeitura de Campo Grande, ela teve que acionar a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul) que acionou a Justiça Federal.
Alessandra de Souza


Após polêmica, a professora Telma Nantes, diretora presidente do Instituto Sul- Mato-Grossense para Cegos Florivaldo Vargas, deverá fazer parte do quadro de professores da Prefeitura Municipal de Campo Grande. Na próxima quinta-feira (20), ela, que é cega, deverá tomar posse, uma conquista que balançou com o prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) depois que a educadora denunciou preconceito da equipe multidisciplinar que a considerou inapta para assumir o cargo de professora de Educação Infantil (crianças de 1 a 6 anos).

O caso virou processo na Justiça Federal que além de pedir a posse, propõe que haja uma regulamentação para que o problema não mais aconteça. Telma foi aprovada em primeiro lugar para o cargo entre as pessoas com necessidades especiais.

Expectativa

Hoje, ansiosa, ela comemora a conquista. “A única coisa que faço questão é de contribuir com o meu trabalho”. Ela ainda não sabe onde vai lecionar, como vai ser sua atuação como educadora. Na quinta-feira ela toma posse e então deverá saber onde vai trabalhar. O valor do salário é de R$ 1,2 mil.

A professora chegou a conversar com o prefeito. Segundo ela, ele se mostrou sensível à política de colocação de pessoa com deficiência no mercado e lhe disse que iria nomeá-la e dar condição para que desenvolva o trabalho.

A prefeitura chegou a publicar no dia 19 de fevereiro a convocação e nomeação da professora no Diário Oficial do município. Porém, a candidata, que é portadora de deficiência visual em grau de cegueira biológica, não pôde tomar posse do cargo já que foi elaborado um parecer pela equipe multiprofissional, que considerou a candidata inapta ao cargo, fato que fez com que o prefeito de Campo, Nelson Trad Filho, tornasse sem efeito a sua nomeação.

O artigo 5º da Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza. “O prefeito considerou e anulou a decisão do médico”, finaliza Telma referindo-se ao episódio de desaprovação que segundo ela, foi uma experiência de preconceito.

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