De Campo Grande News, transcrevemos:
Colunista analisa voto de senadores de MS sobre CPMF
Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2007 16:43
Graciliano Rocha
Em “Ampla Visão” desta sexta-feira, Manoel Afonso avalia os lucros e prejuízos políticos dos senadores de MS na votação da CPMF. O colunista, fã de carteirinha do fim do imposto, diz que Lula, ao esperar a votação no Senado para garantir o repasse integral dos recursos da CPMF para a saúde, “tentou salvar o doente só na hora do enterro”. Para ler a coluna, clique aqui.
O trecho da coluna de Manoel Afonso, por quem tenho grande consideração (inclusive porque Afonso era o nome de meu e é o de meu filho), relativo a CPMF é o seguinte:
Amplavisão 559
TAMBÉM ouvi na Assembléia o choro das viúvas petistas da CPMF. Mas nenhum parlamentar de outro partido lamentou o fim do tributo. Os petistas esqueceram que o arrogante Lula tentou salvar o doente só na hora do enterro.
TCHAU 3º mandato! Lula esperou a 25ª. hora para mudar a proposta e endereçar toda CPMF para a saúde.Aí perdeu para ele mesmo e não segurou nem o pessoal da base aliada. Um Governo sem articulação política não vira.
A BALELA de Lula não colou. O pobre não será o maior penalizado com o fim da CPMF. O problema não é restrito ao débito na conta. É o efeito cascata silencioso que atua 6 vezes no produto, da fábrica até ao consumidor.
OS PETISTAS precisam baixar a bola, tirar o salto alto. Não são mais os arautos da honestidade e ética. Para Ricardo Noblat, os petistas são tão arrogantes que se fossem coligar com Deus, seria apenas para tê-lo como vice na chapa.
GENTE LÚCIDA como Luiz Buanaim, da Associação Comercial e Sergio Longen da FIEMS têm outra visão. Para eles o fim da CPMF antecipará a discussão da reforma tributária e aliviará o preço de bens de consumo e serviços.
MARISA foi coerente e lembrou: “o uso de dinheiro na saúde envolve competência e racionalidade”. Já Valter Pereira “queimou o filme” e sucumbiu às pressões de André, enquanto Delcídio não tinha outra saída.
Enquanto os que movimentam grandes fortunas ganharam com a supressão do imposto do cheque, tal não aconteceu com os consumidores.
Quem rí por último rí melhor!
A Senadora Marisa Serrano ainda poderá se arrepender em face dos cortes obrigatórios, inclusive de verbas que seriam destinadas para Mato Grosso.
Os Senadores Valter Pereira e Delcídio Amaral não votaram sob a inspiração do "fígado de FHC".
O tempo dirá de que lado estava a razão! Quem viver, verá!
Veja o que publica a Folha de São Paulo:
14/12/2007 - 08h44
Consumidor terá pequeno ganho com o fim do tributo
MARCOS CÉZARI
da Folha de S.Paulo
O fim da CPMF (tributo do cheque) a partir de 1º de janeiro --dentro, portanto, de 18 dias-- não trará economia expressiva ao dia-a-dia dos consumidores. É que, embora sua arrecadação anual seja alta --neste ano, até ontem, já são R$ 32,9 bilhões, com previsão de R$ 36,3 bilhões no ano--, seu custo mensal é pequeno quando comparado a outros tributos.
Isso ocorre porque a CPMF tem alíquota baixa mas base tributária ampla --quase todos pagam a contribuição, pois para isso basta movimentar dinheiro através do banco.
Para o leitor entender o efeito prático do fim da CPMF, basta imaginar uma pessoa que movimente R$ 5.000 por mês. Com alíquota de 0,38%, ela paga R$ 19. Se movimentar R$ 60 mil no ano, serão R$ 228 --ou R$ 0,62 por dia. Para um movimento bancário de R$ 100 mil por ano, a economia será de R$ 380, ou R$ 1,04 por dia.
Apesar de a economia não ser tão expressiva, o consumidor ainda poderá ganhar um pouco mais se puder adiar algum pagamento para 2008 --notadamente se ele for de valor elevado. É o caso de quem pretende comprar um carro com pagamento à vista ainda neste ano. Para um valor de R$ 40 mil, o ganho será de R$ 152; se for de R$ 50 mil, serão R$ 190.
Se o negócio for a compra de um imóvel, que em geral envolve valores mais altos, o ganho pode ser maior ainda. Assim, em ambos os casos, adiar é vantagem --a menos que se possa obter desconto que compense a perda que haverá com o pagamento feito ainda neste ano.
No caso de compras de menor valor, como um móvel ou eletrodoméstico, o consumidor deve optar pelo pagamento com cheque pré-datado ou no cartão de crédito, desde que não tenha de pagar juros por isso. Com o desconto do cheque ou o pagamento da fatura do cartão sendo feito apenas no próximo ano, evita-se o pagamento do tributo.
Uma parte voltará
Com o fim da CPMF, o governo alega que perderá R$ 40 bilhões de receita em 2008. Haverá perda, sim, mas não no valor previsto pelo governo.
A explicação para isso é simples. Como o ganho para cada consumidor --e, por extensão, para cada família-- será pequeno, a tendência é que o dinheiro "economizado" com a CPMF seja todo ele consumido.
Mais consumo significa mais tributos. O resultado é que ao menos R$ 15 bilhões retornarão aos cofres do governo sob a forma de tributos. O cálculo leva em consideração uma carga tributária de 36% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).
A advogada tributarista Elisabeth Libertuci, do escritório Libertuci Advogados Associados, prevê um retorno maior do que R$ 15 bilhões. Segundo ela, isso deverá ocorrer porque a tendência é que a maior parte desse consumo adicional seja direcionada a produtos considerados supérfluos, cuja tributação acaba sendo maior.
Libertuci diz que será comum a compra de mais produtos importados, como bebidas, que pagam Imposto de Importação e IPI mais elevados. Por isso, ela chega a estimar que pelo menos metade --ou R$ 20 bilhões-- da alegada perda do governo seria "recuperada" pelo maior consumo e o conseqüente pagamento de mais tributos.
Com o maior consumo de bens e serviços, o mercado de trabalho também cresceria, gerando novos empregos, mais salários, mais consumo e mais tributos. Um dos setores que devem ampliar o mercado de trabalho é o de serviços, segundo Libertuci, devido à grande concorrência. Esse maior poder de compra gerado pelos novos empregados movimentará a economia do país, gerando um círculo virtuoso.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u354875.shtml
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