Greve dos médicos reduz em 44% atendimento em unidades de saúde
Profissionais paralisaram nesta segunda-feira e
não têm data para normalizar escalas
Com médicos em greve e, portanto, trabalhando em
escala reduzida nos postos de saúde de Campo
Grande, o número de atendimentos reduziu 44%.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), em
quatro das sete unidades, 804 pacientes foram socorridos nesta segunda-feira
(26), o primeiro dia da paralisação dos profissionais – 655 a menos que na
segunda passada.
No dia 19 de junho, 1.459 pessoas haviam passado
pelas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon e dos bairros
Universitário e Coronel Antonino, além do CRS (Centro Regional de Saúde) do Nova Bahia.
Demora - A espera
para atendimento dos casos não urgentes já era manhã já nas primeiras horas da
manhã de ontem. Alguns pacientes desistiram do atendimento.
De acordo com o SinMed-MS (Sindicato dos Médicos de
Mato Grosso do Sul), 70% da categoria parou nas unidades ambulatoriais e 30%
nas 24 horas.
Foi o caso da dona de casa Romilda Caetano, de 51
anos, que tinha uma consulta marcada para a manhã de ontem na UBS (Unidade
Básica da Saúde)
do Tiradentes, mas depois de duas horas esperando foi avisada que não seria
atendida.
Ela contou ao Campo Grande News que
chegou ao local antes das portas abrirem, às 5h30, e às 7h30 foi informada que
ia ficar sem passar pelo médico. “O médico mesmo informou que não vai ter
atendimento, que não é nem pelo reajuste e sim pelas condições de trabalho.
Eles só irão atender a emergência”.
Greve – Na
terça-feira (20), os médicos da prefeitura anunciaram que entrariam em greve
caso não conseguissem um acordo com a administração municipal. A categoria já
rejeitou duas propostas de reajuste e segue sem aumento de salário.
A segunda proposta da prefeitura foi de 6% de
acréscimo no valor dos plantões e 30% na gratificação por desempenho. A
discussão sobre o reajuste salarial já dura quase dois meses, sendo que os
médicos solicitaram aumento de 27,5%, inicialmente.
Na sexta-feira (23), o juiz José Eduardo Neder
Meneghelli, da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo
Grande, determinou a suspensão da greve, que ainda nem havia começado.
Para pedir que a Justiça impedisse a paralisação, a
prefeitura alegou que não foram esgotadas todas as negociações e além disso,
que os salários dos profissionais está em dia.
Na tarde desta segunda-feira, o SinMed recorreu da
decisão, alegando que só o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) tem
competência para julgar a causa.
Já o Executivo municipal, por meio da
Procuradoria-Geral do Município, quer que o juiz aumente o valor da multa
diária por descumprimento da decisão dele de R$ 10 mil para R$ 100 mil. O
pedido seria feito ainda na tarde de hoje.
Postado por: Giovana M. de Araújo