terça-feira, 15 de março de 2011

Novo código florestal deve defender o país dos interesses estrangeiros, diz relator

MidiamaxNews
Hélder Rafael


A palestra do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B/SP) sobre o projeto de reforma do Código Florestal marcou a cerimônia de lançamento da 73ª Expogrande, evento que reuniu mais de 600 produtores rurais no tatersal de elite do Parque de Exposições Laucídio Coelho na noite desta segunda-feira (14), em Campo Grande. Diversas autoridades políticas do Estado também prestigiaram o evento, e representando o governo federal esteve o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT/SP), líder do governo na Câmara.
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A tônica da palestra do parlamentar foi marcada pelo consenso entre os interesses de ambientalistas e produtores rurais, mas Rebelo atacou organizações estrangeiras que, nas suas palavras, "tentam atemorizar" o Congresso Nacional de várias formas, no intuito de desqualificar o debate promovido em torno da reforma. "Essas ongs estrangeiras chamam a gente de motosserra, exterminador do futuro", disse.
O parlamentar lembrou o exemplo de países europeus que concedem altos subsídios aos pecuaristas. Em Portugal, paga-se 300 euros para se manter o gado em pé e vacinado. Já na Holanda, a bolsa supera os 2 mil euros para que o gado seja abatido lá. "Então o que os pecuaristas holandeses fazem? Mandam todo o gado para Portugal e abatem na Holanda. Ganham duas vezes com isso. E nós é que temos que competir internacionalmente com estes mercados", disse. Para ele, o novo código deve preservar os direitos do país em relação à competição estrangeira.
Rebelo detalhou alguns tópicos da reforma e disse que o novo código continuará rigoroso, mas que as regras para reserva legal e área de preservação permanente serão revistas para evitar que a classe produtiva caia na ilegalidade.
Entre as medidas adiantadas por Rebelo, relator da proposta na Câmara Federal, estão o fim da exigência aos pequenos produtores de recomposição da reserva legal desmatada; e a possibilidade de os Estados abrirem programas de regularização rural, desde que baseados nas diretrizes nacionais. O parlamentar argumentou ainda que as normas atuais deveriam respeitar a época de aquisição das propriedades rurais.
O projeto de lei deve ser finalizado e enviado para votação em plenário na Câmara até o fim de março.
A feira
A 73ª edição da Expogrande 2011 contará com 48 leilões e expectativa de comercialização de 30 mil cabeças de gado, segundo o presidente da Associação de Criadores (Acrissul), Chico Maia. Mais de 400 mil pessoas devem passar pelos estandes da feira em 11 dias de evento, entre os dias 14 e 24 de abril. Em relação ao volume de investimentos, Maia disse que a Expogrande desse ano será feita "com muito esforço, muita criatividade e pouco recurso".
A volta dos shows no Parque Laucídio Coelho, que está proibida por liminar judicial desde o dia 26 de janeiro, foi anunciada como certa pelo presidente da entidade, bem como pelo prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad. Maia afirmou que houve acordo entre o Tribunal de Justiça, a prefeitura, a promotoria de justiça e a Acrissul no sentido de que os eventos musicais pudessem ser realizados na edição deste ano, mas isso ainda não foi oficializado entre as partes.
A formalização do acordo depende de a Acrissul elaborar uma documentação e apresentar ao Ministério Público Estadual, que tomará ciência do fato. Entre a Câmara de Vereadores e a prefeitura, cada um fez sua parte na negociação, disseram Nelsinho e o vereador Carlão.
Homenagens
Betinho Escalante

O líder rural e ex-prefeito de Campo Grande por dois mandatos, Lúdio Coelho (88), foi homenageado com um selo comemorativo, apresentado na cerimônia pelo presidente regional dos Correios, João Rocha. Por motivos de saúde, Lúdio não compareceu à solenidade e foi representado por familiares. (Atualizado às 23h15 para acréscimo de informação)





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quinta-feira, 10 de março de 2011

Campo Grande lista danos causados pela chuva e decreta estado de emergência

MidiamaxNews
Éser Cáceres

O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, publicou no Diário Oficial de Campo Grande desta quinta-feira (10) um decreto de "situação de emergência". A medida foi tomada devido aos estragos causados pelas chuvas intensas que atingiram a capital de Mato Grosso do Sul nos últimos dias. Do dia 26 de fevereiro até 8 de março, segundo a Prefeitura, choveu um total de 372,4 mm.
O total esperado para o mês inteiro era de aproximadamente 170 mm. Com o excesso de chuvas, córregos transbordaram, casas foram inundadas e o asfalto na maior parte das vias principais ficou comprometido. Em alguns bairros sem asfaltamento as águas abriram crateras que ameaçam moradores e dificultam o acesso às casas.
No decreto, o prefeito listou estragos nas seguintes áreas de Campo Grande:
Nova Lima - Erosão, drenagem e pavimentação asfáltica;
Laranjais - Erosão, drenagem e pavimentação asfáltica;
Ernesto Geisel - Paredão no córrego desde a Obra do Segredo até a Rua Salgado Filho;
Zona Rural - Estradas CG-342, CG-324, CG-112, CG-140, CG-246 e estrada vicinal de Rochedinho
Alessandra de Souza

O decreto limita a situação de emergência às áreas listadas e, segundo a Prefeitura, a documentação de comprovação dos danos já foram produzidos de acordo com os critérios do Conselho Nacional de Defesa Civil.