quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Com medo, prefeito de Alcinópolis não comparece a velório de vereador assassinado em Campo Grande


Eliane Souza




O prefeito de Alcinópolis, Manoel Nunes (PR), confirmou que não comparecerá ao velório do vereador Antônio Carlos Carneiro, assassinado ontem em Campo Grande, alegando que "teme por sua integridade física". O corpo está sendo velado na casa da família desde as 5h da manhã desta quarta-feira e deve ser sepultado as 19h no cemitério municipal.
Manoel Nunes disse que procurou espontaneamente o delegado Bruno Urban, que é lotado em Coxim, mas esteve em Alcinópolis ontem com a função de acompanhar o caso, para prestar depoimento. “Procurei porque muita gente tem feito comentários me apontando como mandante ou que tenho envolvimento no assassinato. Como não devo nada, procurei o delegado”, disse.
O prefeito ainda garantiu que não saiu da cidade, conforme chegou a ser cogitado, e que não está foragido. “Tem gente até dizendo que fugi pra Mato Grosso, mas estou na cidade, na zona urbana. Eu bem que gostaria de ir ao velório, é vontade minha, mas temo até receber ameaças”, finalizou.
O crime
Alcinópolis.com



Carlos Antônio Carneiro foi assassinado por volta das 13h de ontem nas proximidades do Hotel Vale Verde. Ele foi atingido por tiros e morreu no local. Segundo a polícia, dois agentes da Delegacia Geral De Polícia Civil (DGPC) perceberam a movimentação do pistoleiro Ireneu Maciel, o vaca magra, e o seguiram. Ele acabou preso com seu comparsa Aparecido de Souza Fernandes, que pilotava a motocicleta que daria fuga à dupla.
Ao que tudo indica o vereador foi vítim de uma emboscada, pois chegou ao hotel e disse que alguém (nome não revelado) o esperava para almoçar. Carlos Antônio foi informado que no local ninguém o esperava e que ali não servia almoço. Ao sair
ele recebeu uma ligação no celular e instantes depois foi morto ainda na frente do hotel.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dagoberto Nogueira já inicia corrida pela prefeitura de Campo Grande

Valdelice Bonifácio

Dagoberto Nogueira tem pela frente nove semanas como deputado federal. Depois disso, a partir de janeiro de 2011, estará sem mandato e livre para articular seu próximo projeto político: concorrer à prefeitura de Campo Grande em 2012.

“Quero tirar a Capital da mesmice tenho muitas idéias para esta cidade”, conta o parlamentar, atual presidente regional do PDT. O deputado federal concorreu ao cargo em 2004 quando obteve 52.929 votos ficando na terceira colocação. Dagoberto relembra que na ocasião, entrou na campanha de última hora. “Eu não tinha me preparado para a disputa. Nem as candidaturas a vereador a gente tinha organizado”, menciona.

Desta vez, está sendo o primeiro nome a dar a largada na preparação para a disputa. “Tenho que começar o quanto antes, já que temos poucos recursos, fazemos campanha na base do esforço”, explica.

Dagoberto já planeja um grande ato de filiações, possivelmente, no mês de março, em Campo Grande.

“Vamos receber pessoas de outros partidos que querem concorrer a vereador, mas que nunca tiveram oportunidade nas siglas onde estão”, diz o parlamentar, já pensando na base de sustentação na Câmara de Vereadores.

Apoio do PT
Dagoberto conduziu o PDT a apoiar Zeca do PT nas eleições deste ano, mas não sabe se irá propor coligação para 2012.

“Primeiro teremos que montar uma estratégia. Não sabemos se será melhor juntou ou separados. Mas do ponto de vista de hoje, acho que talvez seria melhor cada um ter seu candidato a prefeito”, avalia.

O deputado revela já ter falado com Zeca do PT e com o deputado federal Vander Loubet (PT) sobre as eleições de 2012. “Não nos aprofundamos em detalhes. Temos que ver primeiro quem serão os candidatos para depois definirmos se a aliança realmente é melhor para os dois”, pondera.

Presidência do PDT
O mandato provisório de Dagoberto à frente do PDT regional vence em março de 2011. Ele afirma que não faz questão de continuar na presidência do partido e sugere um nome para substituí-lo.

“Temos um deputado estadual eleito, o Felipe Orro. É um bom nome para assumir. Eu faria muito gosto”, revela.

Dagoberto assumiu a sigla depois da recusa de João Leite Schimidt, presidente de honra do PDT, em permanecer no posto. Schimidt já estava afastado do trabalho na legenda quando foi convocado pela cúpula nacional para assumir a presidência da sigla provisoriamente, no ano passado, após deposição (por influência de Dagoberto) do então presidente, deputado estadual Ary Rigo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Países árabes pedem que EUA investiguem denúncias feitas por Wikileaks


Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.